quarta-feira, 30 de setembro de 2009

bloco.......bop......blah...... oláh

Esse mundo anda extremamente enlouquecido. E veja bem: é o mundo, e não eu. Sim, enlouquecido. É como diz os mano: “é muita treta...”, sim, esse mundão.

E eu aqui tentando suar o meu pão. Minha mente está em suspenso, tudo parece imaterial e eu não sei se é o baseado ou um flashback de ácido, mas escuto rap e quero que o mundo seja frenético nas linhas que te escrevo para que então toda a confusão que vive possa ser minimamente vislumbrada por você que me lê nessa noite que nos atravessa, de mim a ti, sim, através do tempo e do espaço, eis que é setembro e eu estou só em casa pois minha mãe cuida de minha avó e eu preciso cuidar dos cães, o céu de Brasília se faz nublado e de um marrom muito escuro, e lá de fora os motores dos carros sentem passar as marchas, as ruas engolem pneus e os postes abraçam passos. É a cidade que carrego dentro de mim que passeio pelo labirinto das frases. Aos meus pés meu cão que está ficando cego dorme um sono tranquilo e minhas roupas espalhadas sobre as mochilas, os livros empilhados no móvel, os cigarros no cinzeiro, os meus pensamentos espalhados por todos os pedaços do meu quarto.

Um quarto de mim que para ti se abre e sopra a melodia do mundo.

Ai, amanhã trabalho cedo. Tenho que dar aulas e não sei se consigo dormir, canecas de café e profusões de pensamentos me mantêm acordada e eu preciso dizer que a vida é esquisita demais e as pessoas sempre nos surpreendem para o bem e para o mal, e mesmo assim a gente segue fascinados por elas, pessoas tão raras, mas quaisquer. Sim, que explicação há para os encontros? Ah, acasos insuflados de intenção.

Não importa, estou fumando um cigarro e o meu cão dorme. O Jack Kerouac grita sobre o gabinete do computador. Encontrá-lo-ei, aquele maluco da narrativa recortada... são “os subterrâneos”[1]: fluxo inconsciente: deixe-se levar e você é tragado pela presença dos outros e eis que eu era ela que descia a ladeira do tempo chegando até o limite do meu passado e desaparecendo enfim em outro passado remoto e havia descontrole e caos e era quando o universo não era e tudo era nada.

Sim.

Não.

Talvez.

E a dialética continuou e a frase não teve fim pois assim...

Sim.

Não.

Talvez...

Mais e mais vezes...

(Indefinidamente)

[1]“The Subterraneans”. Jack Kerouac. (1958)


In.: cartas para amarante, o machado. T.Trotamundus.

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